Risco de cancro provocado por maré negra no Líbano

12.º Ano BIOLOGIA - V. Preservar e Recuperar o Meio Ambiente

Ameaça para libaneses e sírios
ONU alerta para risco de cancro provocado por maré negra no Líbano
08.08.2006 - 13h25 AFP, PUBLICO.PT

Assaad Ahmad/EPA

Desde 5 de Agosto, as costas libanesas registam uma elevada mortalidade de peixes

A maré negra causada pelo bombardeamento israelita contra a central de Jiye, 25 quilómetros a sul de Beirute, está a expor as populações libanesas e sírias a um elevado risco de cancro, advertiu hoje a agência das Nações Unidas para a protecção do Mediterrâneo.

"A presença de combustível nas costas libanesas e sírias expõe a população das zonas afectadas a um aumento do risco de cancro", afirmou Simonetta Lombardo, porta-voz do Plano de Acção para o Mediterrâneo, uma agência do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnua).

A maré negra estendeu-se por pelo menos 120 quilómetros para norte e chegou ao litoral sírio. Lombardo considera que a maré negra é "um cocktail tóxico de alto risco, composto por substâncias [entre as quais o benzeno], que provocam cancro e danos no sistema endócrino".

De acordo com as estimativas libanesas, citadas pela ONU, dez mil toneladas de combustível foram derramadas no mar, imediatamente depois dos bombardeamentos israelitas contra a central, no dia 14 de Julho. Nas três semanas seguintes, outras 20 mil toneladas foram sendo libertadas.

Para além da poluição marítima, existe a ameaça da poluição do ar devido aos compostos químicos voláteis libertados pela central e que se dispersaram na atmosfera, numa altura em que as temperaturas são muito elevadas na região.

"Os primeiros expostos ao risco da inalação do ‘spray tóxico’ são os habitantes de Beitute: dois milhões de pessoas na região metropolitana", disseram os especialistas da ONU.

Desde o dia 5 de Agosto, as costas libanesas registam "uma elevada mortalidade de peixes, atribuída à poluição", alerta a ONU, que prevê uma contaminação da cadeia alimentar.

O Plano de Acção para o Mediterrâneo envolve 21 países que rodeiam o Mar Mediterrâneo e a União Europeia. O objectivo é proteger o ambiente marinho e costeiro e promover o desenvolvimento sustentável na região.

O Mar Mediterrâneo, que representa apenas 0,7 por cento de toda a água salgada do planeta, cobre mais de 2,5 milhões de quilómetros quadrados e 46 mil quilómetros de zonas costeiras. Na região vivem mais de 425 milhões de pessoas, 150 milhões das quais no litoral. Todos os anos, 170 milhões de turistas visitam o Mediterrâneo.

Bombardeamentos provocam incêndios florestais no norte de Israel e no sul do Líbano

A guerra na região está a causar também a destruição das florestas israelitas, alvo dos bombardeamentos do Hezbollah. Muitas das florestas que estão debaixo de fogo foram plantadas pelo Fundo Nacional Judaico na década de 50, nos primórdios do Estado israelita. No terreno estão centenas de bombeiros, mas sem o equipamento e o apoio necessários.

Segundo o jornal "The New York Times", as chamas estão também a devastar as florestas do sul do Líbano, especialmente vulneráveis ao calor do Verão.

As equipas de bombeiros incluem judeus e árabes. "Existe uma espécie de coexistência debaixo de fogo", comentou Omri Bonneh, director do Fundo Nacional Judaico para o norte de Israel. "Eles trabalham juntos, ombro a ombro. Os voluntários que chegam são árabes e judeus. Trazem-nos alimentos e água e encorajam os bombeiros", cita a edição online daquele jornal norte-americano.

Site do Plano de Acção para o Mediterrâneo

Site do Jewish National Fund

Terça Aug 08, 2006 15:32 / netxplica.com

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