AEA alerta para degradação da costa portuguesa

12.º Ano BIOLOGIA - V. Preservar e Recuperar o Meio Ambiente

Aumento das áreas artificiais
Agência Europeia do Ambiente alerta para degradação da costa portuguesa
03.07.2006 - 19h45 Lusa / PÚBLICO.PT

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A EEA diz a utilização do espaço costeiro ameaça destruir o delicado equilíbrio dos ecossistemas litorais

O litoral português registou o maior aumento de áreas artificiais da Europa nos últimos anos, principalmente estradas e edifícios, o que tem provocado a degradação da costa, alertou hoje a Agência Europeia do Ambiente (EEA, sigla em inglês).

O desenvolvimento mais rápido das áreas artificiais foi registado em Portugal (com um aumento de 34 por cento em dez anos, 1990-2000), Irlanda (27 por cento), Espanha (18 por cento), seguidos pela França, Itália e Grécia, conclui o último relatório da AEE sobre "Alterações do aspecto das zonas costeiras europeias", publicado hoje em Copenhaga.

"A reestruturação económica, em larga medida impulsionada por subsídios da UE (União Europeia), constituiu uma força motriz para o desenvolvimento de infra-estruturas que, por sua vez, atraiu a expansão residencial", explica o documento.

A densidade populacional ao longo do litoral europeu é mais elevada e continuará a crescer mais rapidamente do que a do interior, sendo o Mediterrâneo Ocidental "a costa marítima regional mais afectada".

O relatório sobre o "ambiente costeiro da Europa, de características únicas", indica que pesa cada vez mais "a ameaça do seu próprio êxito".

O documento adverte que a rápida aceleração da utilização do espaço costeiro, impulsionada, principalmente, pelas indústrias do entretenimento e do turismo, ameaça destruir o delicado equilíbrio dos ecossistemas costeiros.

"As nossas costas constituem o mais rico dos ecossistemas em termos de número e variedade de plantas e animais. As costas actuam também como portas de acesso económicas à Europa, fazem parte do tecido de muitas sociedades e desempenham um papel crucial na nossa qualidade de vida", afirmou a professora Jacqueline McGlade, Directora Executiva da EEA.

As alterações climáticas, o envelhecimento da população mais próspera, o aumento dos tempos livres e a baixa dos preços das viagens justapõem-se a estas pressões que, segundo o relatório, geram o cenário de crise das linhas costeiras europeias.

Entre 1990 e 2000, a superfície artificial nas zonas costeiras aumentou em quase todos os países europeus.

O relatório reconhece "alguns progressos" na luta contra esta tendência, mas "a maior parte das regiões costeiras continua a estar entre as regiões economicamente menos desenvolvidas da UE".

Segundo o documento, as ilhas pequenas, como a da Madeira e as existentes no arquipélago dos Açores, são "particularmente afectadas" por problemas sociais e económicos (por exemplo, migração e falta de infra-estruturas económicas).

Para a EEA, as áreas mais intensivamente utilizadas são as da costa mediterrânica (França, Espanha e alguns troços da Itália).

Toda a costa atlântica francesa é também intensamente povoada, o mesmo se passando com as regiões atlânticas espanholas (País Basco e Huelva), bem como "grandes troços da costa portuguesa".

Segunda Jul 03, 2006 23:45 / netxplica.com

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