Secil quer regresso da câmara à comissão de acompanhamento

12.º Ano BIOLOGIA - V. Preservar e Recuperar o Meio Ambiente

Secil quer regresso da câmara à comissão de acompanhamento


O presidente da Secil, Pedro Queirós Pereira, apelou hoje à Câmara de Setúbal para que pondere o regresso à Comissão de Acompanhamento Ambiental da empresa cimenteira, mas o presidente do município setubalense declinou o convite.
Pedro Queirós Pereira lançou o repto ao presidente da Câmara de Setúbal, Carlos de Sousa, durante a assinatura de um protocolo de cooperação com a autarquia para a atribuição de um apoio financeiro de 230.000 euros a 80 instituições e colectividades representativas de diversas áreas da cultura, intervenção social e desporto.

Na cerimónia, que decorreu no antigo hangar da fábrica do Outão (Setúbal), Pedro Queirós Pereira reconheceu que existem «divergências» entre a Secil e a autarquia relativamente à co- incineração de resíduos perigosos, mas garantiu que a empresa ainda não tomou nenhuma decisão definitiva.

«As decisões que viermos a tomar nesta matéria de valorização de resíduos terão em devida conta, prioritariamente, a segurança do processo, a qualidade da produção e as incidências para a empresa e para o País. Nada será feito de forma precipitada ou irresponsável.

Jamais colocaremos populações em risco», disse Pedro Queirós Pereira, depois de sublinhar as vantagens decorrentes da presença da autarquia na Comissão de Acompanhamento Ambiental.

«No âmbito da Comissão, a autarquia tem completa possibilidade de monitorizar a nossa actividade e dispõe de informação rigorosa e atempada sobre tudo aquilo que fazemos, permitindo avaliar de melhor forma o nosso desempenho», disse o presidente da Secil.

Em declarações aos jornalistas no final da cerimónia, o presidente da Câmara de Setúbal, Carlos de Sousa, declinou o convite e garantiu que a autarquia não vai regressar à CAA, mas prometeu informar toda a vereação do repto lançado pelo responsável da cimenteira.

«É uma questão de coerência. Quando inicialmente integrámos a comissão de acompanhamento para a monitorização de resíduos industriais banais, dissemos na altura que se algum dia houvesse uma decisão governamental para a realização de testes de co-incineração de resíduos industriais perigosos abandonaríamos (a comissão)», justificou Carlos de Sousa.

O autarca setubalense frisou que a co-incineração de resíduos industriais perigosos constitui uma matéria que divide a comunidade científica e lembrou que a Convenção de Estocolmo «aconselha» o abandono deste processo.

A Câmara de Setúbal abandonou a Comissão de Acompanhamento Ambiental da Secil em Março de 2006 na sequência da decisão do Governo de avançar com a co-incineração de resíduos industriais perigosos na cimenteira do Outão, situada em pleno Parque Natural da Arrábida.

Na altura, o presidente da Câmara de Setúbal defendeu que não se justificava a continuidade do município naquele órgão fiscalizador a partir do momento em que o ministro do Ambiente anunciou publicamente a escolha da cimenteira do Outão para a co-incineração de resíduos industriais perigosos.

Embora não tenha ainda tomado uma decisão definitiva, tudo indica que a administração da Secil poderá dar uma resposta positiva à proposta do governo para que proceda à co-incineração de resíduos perigosos.

A cimenteira do Outão anunciou, entretanto, que vai dedicar a habitual semana de portas abertas, que decorre de 03 a 09 de Julho, à temática da valorização de resíduos.

«A Valorização de Resíduos Não Tem Segredos. A Secil Também Não» é o mote para a iniciativa que pretende dar a conhecer ao público as principais estruturas da fábrica, o processo de fabrico de cimento e as acções de recuperação paisagística, as políticas sociais da empresa e, sobretudo, o processo de valorização energética de resíduos.

Diário Digital / Lusa
28-06-2006 23:26:00

Quinta Jun 29, 2006 10:59 / netxplica.com

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