Fórum Netxplica
  • NETXPLICA
  • LOJA
  • FÓRUM
  • ESCOLA
  • E-LEARNING
  • Explicações
  • Reapreciações
    • Fórum Netxplica
    • Público

      •      
             
    • Utilizadores Registados

      •      
             
    • Utilizadores Especiais

      •      
             
  • Utilizadores
    Entrar / Login
    Registar
    Dificuldades Login/Registo
  • Artigos Ciências 7/8/9
  • Artigos Biologia 10/11/12
  • Artigos Geologia 10/11/12
  • Dúvidas BIOGEO 10/11
  • Dúvidas BIOGEO 10
  • Dúvidas BIOGEO 11

Salvar o clima implica desistir de um terço do petróleo


12.º Ano BIOLOGIA - V. Preservar e Recuperar o Meio Ambiente

Salvar o clima implica desistir de um terço do petróleo e 80% do carvão
08.01.2015 - PÚBLICO.PT | RICARDO GARCIA



Estudo apresenta contas detalhadas das reservas de combustíveis fósseis que não podem ser utilizadas, de modo a conter o aumento da temperatura global a dois graus Celsius até 2100.

Um terço do petróleo, metade do gás e mais de 80% do carvão existentes nas reservas a nível global têm de ser deixados no subsolo, inexplorados, se o mundo quiser travar o aquecimento do planeta, segundo um estudo científico publicado esta quinta-feira na revista Nature. Realizado por dois investigadores da University College de Londres, o estudo reforça a ideia, que já vem sendo discutida há alguns anos, de que as empresas e os investidores devem olhar com cuidado para as reservas de combustíveis fósseis como activos financeiros.

Não é a primeira vez que se fazem cálculos de quanto petróleo, gás e carvão é possível queimar. Mas os cientistas Christophe McGlade e Paul Ekins apresentam uma análise muito mais detalhada, mostrando o que o pode acontecer à produção de combustíveis fósseis nas diversas regiões do mundo.

As contas globais são relativamente simples. Resultam da diferença entre a quantidade de gases com efeito de estufa que seria libertada se todas as reservas de combustíveis fósseis fossem utilizadas e o máximo que se pode ainda lançar para atmosfera para que a temperatura da Terra não suba acima de dois graus Celsius até ao final do século.

Nas contas do IPCC – o painel científico da ONU para as alterações climáticas – o “orçamento de carbono” que ainda temos para gastar está entre 0,87 e 1,24 biliões de toneladas de dióxido de carbono (CO2). O estudo na Nature assume um valor intermediário: 1,1 biliões.

Mas as reservas de petróleo, gás e carvão representam 2,9 biliões de toneladas. Se a elas for adicionada a quantidade de combustíveis fósseis que se julga existir no subsolo mas cuja exploração por ora não é economicamente viável, então o número disparar para 11 biliões.

Considerando apenas as reservas exploráveis, o que os investigadores mostram é que uma boa parte não pode ser de facto explorada. No Médio Oriente, onde estão três quintos das reservas mundiais de petróleo, cerca de 38% deveriam ficar onde estão, debaixo da terra. É na mesma região que se concentra quase metade das reservas de gás natural. Segundo os investigadores, 61% não poderão ser explorados.

Para o carvão – o combustível fóssil mais poluente e com mais emissões de CO2 – a situação é potencialmente ainda mais crítica. Nos Estados Unidos, detentores das maiores reservas, 95% estão comprometidas.

A nível global, o mundo não pode contar com 35% das reservas de petróleo, 52% de gás natural e 88% de carvão. Mesmo com a disseminação das tecnologias de captura e armazenamento de carbono – ou seja, recolher o CO2 das chaminés e enterrá-lo no subsolo –, o panorama não se altera muito. Os números ficam em 33%, 49% e 82%.

“Os nossos resultados mostram que o instinto dos decisores políticos de se explorar rápida e completamente os combustíveis fósseis dos seus territórios é, no geral, inconsistente com os seus compromissos para limitar o aumento da temperatura”, concluem os investigadores.

Também incompatível com a meta dos dois graus Celsius, segundo os autores, é a exploração de petróleo no Árctico e a produção não-convencional de combustíveis fósseis – através sobretudo da técnica de fracturação hidráulica (fracking). Ambas são questões polémicas, combatidas arduamente por organizações não-governamentais locais e internacionais. Mas a segunda delas não só já está em marcha, como está a provocar uma autêntica revolução no mercado dos combustíveis fósseis. O fracking promete transformar a curto prazo os Estados Unidos no maior produtor mundial de petróleo e está a empurrar os preços do carvão para baixo no mercado internacional.

O estudo agora publicado adiciona argumentos a campanhas já existentes para desviar os investimentos dos combustíveis fósseis em favor de alternativas mais sustentáveis. Organizações como a britânica Carbon Tracker têm advogado a existência de uma “bolha carbónica”, que irá rebentar quando as políticas internacionais forçarem os países a reduzirem drasticamente as suas emissões de CO2. Daí que se fale de activos “imobilizáveis”, ou seja, de reservas que nunca poderão ser usadas e por isso não podem ser consideradas como fonte de rendimento no futuro.

Para James Leaton, director da Carbon Tracker, o estudo “é uma advertência para o facto de as companhias terem de justificar gastos de capital em projectos de elevado custo, dado o caminho claro em direcção a uma economia de baixo carbono”.

A preocupação já chegou a algumas instituições financeiras e fundos de investimento, alguns dos quais figuram entre as 181 entidades que já se comprometeram a desinvestir nos combustíveis fósseis. Entre elas está o Rockfeller Brothers Fund, que em Setembro anunciou um processo para materializar esta intenção.

Do lado das empresas petrolíferas, a Shell tem vindo a argumentar que, mesmo com mudanças políticas bruscas, quaisquer alterações na rede de infra-estruturas energéticas levarão décadas a tomar forma. O grupo contesta o conceito de activos não utilizáveis, apontando-lhe falhas metodológicas, em particular a de não levar em conta o aumento na demanda mundial de energia, que manterá os combustíveis fósseis como a principal fonte energética global nas próximas décadas. “Como tal, não acreditamos que nenhuma das nossas reservas se tornem ‘imobilizáveis’”, refere a Shell, num comunicado de Maio do ano passado.

Muito vai depender do que ficar decidido a nível internacional para combater as alterações climáticas. Um passo decisivo será dado em Dezembro deste ano, em Paris, numa conferência das Nações Unidas que deverá definir um novo tratado climático internacional.

Sexta Jan 09, 2015 20:21 / netxplica.com

• Página 1 de 1


Responder

Últimos Artigos da Ciência Seleccionados

Mais de 20.000 artigos distribuídos por anos de escolaridade e respectivos temas programáticos.

  A lontra gigante que viveu na China há seis milhões de anos
11.º Ano BIOLOGIA - VIII. Evolução Biológica

  O que nos une a uma criatura do mar que existiu há 540 M.a.?
11.º Ano BIOLOGIA - VIII. Evolução Biológica

  67% dos corais do Norte da Grande Barreira estão mortos
10.º Ano BIOLOGIA - I. Diversidade na Biosfera

  Um violento bailado cósmico na origem dos anéis de Saturno
10.º Ano GEOLOGIA - II. A Terra, Um Planeta Muito Especial

  Debaixo do coração gelado de Plutão há um mar viscoso?
10.º Ano GEOLOGIA - II. A Terra, Um Planeta Muito Especial

  Girafas sofrem “extinção silenciosa”
10.º Ano BIOLOGIA - I. Diversidade na Biosfera

  Egipto quer exportar crocodilo-do-nilo para sair da crise
10.º Ano BIOLOGIA - I. Diversidade na Biosfera

  Sexo, chimpanzés e bonobos
11.º Ano BIOLOGIA - VIII. Evolução Biológica

  Cientistas suspendem no tempo desenvolvimento de embriões
11.º Ano BIOLOGIA - VI. Crescimento e Renovação Celular

  A ilha de Santa Maria está a erguer-se do fundo do mar
10.º Ano GEOLOGIA - I. A Geologia, os Geólogos e Seus Métodos

  Dentro de 300 M.a. existirá o super-continente Aurica
10.º Ano GEOLOGIA - I. A Geologia, os Geólogos e Seus Métodos

  Quando é que as aves começaram a cantar?
11.º Ano BIOLOGIA - VIII. Evolução Biológica

  A cauda maravilhosa dum dinossauro que ficou presa em âmbar
11.º Ano GEOLOGIA - II, Processos e materiais geológicos importantes em ambientes terrestres

  Subida do nível do mar medida nas dunas de Tróia
12.º Ano GEOLOGIA - II. História da Terra e da Vida

  Por que é que algumas células resistem ao VIH?
12.º Ano BIOLOGIA - III. Imunidade e Controlo de Doenças

  Conservação do Lince ibérico
8.º ANO CIÊNCIAS NATURAIS - 2.2. Protecção e conservação da Natureza

  Mulher deu à luz depois de transplante de tecido do ovário
12.º Ano BIOLOGIA - I. Manipulação da Fertilidade

  O mundo encantado dos cavalos-marinhos tem os seus segredos
11.º Ano BIOLOGIA - VI. Crescimento e Renovação Celular

  Confirmado: Ceres tem água congelada
10.º Ano GEOLOGIA - II. A Terra, Um Planeta Muito Especial

  Confirma-se: a gravidez muda o cérebro das mulheres
12.º Ano BIOLOGIA - I. Reprodução Humana

  Utilização do fracking pode aumentar número sismos
11.º Ano GEOLOGIA - III. Exploração sustentada de recursos geológicos.

  Metástases do cancro da mama começam antes da detecção
12.º Ano BIOLOGIA - II. Património Genético

  Português ajuda a descodificar o genoma dos pangolins
11.º Ano BIOLOGIA - VI. Crescimento e Renovação Celular

  Como é que as aves perderam os dentes?
11.º Ano BIOLOGIA - VIII. Evolução Biológica

  Caixa de ferramentas para editar genes ganhou 2 ferramentas
12.º Ano BIOLOGIA - II. Património Genético

  Toneladas de lixo estão a chegar a um reservatório de água
11.º Ano GEOLOGIA - III. Exploração sustentada de recursos geológicos.

  Novas tendências das alterações climáticas estão para ficar
12.º Ano BIOLOGIA - V. Preservar e Recuperar o Meio Ambiente

  Um rio de ferro corre cada vez mais depressa no interior
10.º Ano GEOLOGIA - III. Compreender a Estrutura e a Dinâmica da Geosfera

  As chitas estão em extinção
10.º Ano BIOLOGIA - I. Diversidade na Biosfera

  O que se passou com a bactéria da cólera desde o séc. XIX?
12.º Ano BIOLOGIA - III. Imunidade e Controlo de Doenças

  Parasita que provocou grande fome na Irlanda veio da América
12.º Ano BIOLOGIA - IV. Produção de Alimentos e Sustentabilidade

  Descoberta uma espécie de rã nova para a ciência
11.º Ano BIOLOGIA - IX. Sistemática dos Seres Vivos

  Descoberto um dos primeiros animais do Atlântico primitivo
10.º Ano GEOLOGIA - I. A Geologia, os Geólogos e Seus Métodos

  Papagaio da Austrália ficou com as asas maiores
11.º Ano BIOLOGIA - VIII. Evolução Biológica

  Quanto tempo é que os ovos dos dinossauros levavam a chocar?
11.º Ano GEOLOGIA - II, Processos e materiais geológicos importantes em ambientes terrestres

  As borboletas diurnas de Portugal estão em risco
10.º Ano BIOLOGIA - I. Diversidade na Biosfera

  Livro vermelho dos invertebrados pode avançar até 2018
10.º Ano BIOLOGIA - I. Diversidade na Biosfera

  Identificadas proteínas envolvidas na infecção do vírus Zika
12.º Ano BIOLOGIA - III. Imunidade e Controlo de Doenças

  Lua formou-se há 4510 milhões de anos
10.º Ano GEOLOGIA - II. A Terra, Um Planeta Muito Especial

  Certas bactérias aumentam 4 vezes o risco de contrair o VIH
12.º Ano BIOLOGIA - III. Imunidade e Controlo de Doenças


  • C. Nat. 7
  • C. Nat. 8
  • C. Nat. 9
  • BIO 10
  • BIO 11
  • BIO 12
  • GEO 10
  • GEO 11
  • GEO 12


  • LOJA
  • FÓRUM
  • ESCOLA
  • EXPLICACOES ONLINE


  • Twitter
  • Facebook
  • YouTube
  • Youtube
  • Instagram
  • Linkedin
  • © netxplica. luisqueiroga@netxplica.com
  • Powered by: HTML5 UP