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Criados Embriões Sem Haver Fecundação


12.º Ano BIOLOGIA - I. Manipulação da Fertilidade

Criados Embriões Sem Haver Fecundação
Clara Barata
Público, 01-05-2003



Utilizando células estaminais embrionárias de ratinhos machos e fêmeas, investigadores norte-americanos e franceses criaram em laboratório embriões sem recorrer à fertilização. Ou seja, conseguiram controlar o desenvolvimento das células indiferenciadas de maneira a que estes se transformassem em ovócitos, primeiro, e continuassem a desenvolver-se até formarem embriões e chegarem à forma de blastocisto, através de um processo denominado partenogénese.

A equipa coordenada por Hans Schöler, da Faculdade de Veterinária da Universidade da Pensilvânia (EUA), relata na revista "Science" o que considera ser a primeira prova de que as células estaminais embrionárias de mamíferos são totipotentes - ou, seja, têm a capacidade de se diferenciarem em todo o tipo de células que constituem um organismo. Isto é o que acontece naturalmente, num embrião em formação, mas "in-vitro", em culturas de laboratório, isto ainda não tinha sido provado de forma cabal, dizem os investigadores.

"A maioria dos cientistas considerava impossível obter gâmetas a partir de células estaminais cultivadas em laboratório, porque até agora apenas se tinham obtido células somáticas", comentou Schöler, citado num comunicado de imprensa da Universidade da Pensilvânia. Mas a sua equipa conseguiu obter células germinativas (os ovócitos), que têm características diferentes de todas as incontáveis células que compõem um organismo adulto (as células somáticas).

Os investigadores conseguiram algo que parece ainda mais curioso: que células estaminais de machos de ratinhos se transformassem em ovócitos e embriões. Mas este resultado era esperado, sublinham. "Não é surpreendente que se consigam obter estruturas semelhantes a ovócitos e a blastocistos [uma fase de desenvolvimento do embrião em que este é uma bola minúscula, no interior da qual estão as células indiferenciadas] com células estaminais de machos e fêmeas", escrevem na "Science". É que, nas fases mais iniciais de desenvolvimento, as células germinativas e somáticas não se diferenciam umas das outras.

Apenas passados alguns dias essa diferenciação começa a verificar-se e depois o embrião pode tornar-se masculino, se começar a segregar uma hormona que encaminha o desenvolvimento do novo ser para o campo da masculinidade - que é definido não só pela produção de espermatozóides nos testículos como por um desenvolvimento cerebral diferente.

Os cientistas colocaram células estaminais num pratinho de cultura, sem adicionarem factores de crescimento ou outras células que sustentassem ou dirigissem o seu desenvolvimento. Passados 12 dias, as células começaram a organizar-se em colónias de dimensões variáveis.

Pouco depois, algumas células começaram a individualizar-se. Estas começaram a produzir uma camada com ajuntamentos de mais células, e a assemelhar-se cada vez mais aos folículos que rodeiam os óvulos das fêmeas de mamíferos. Passados 43 dias, surgiram nas culturas estruturas semelhantes a embriões, que se formaram através de partenogénese, ou reprodução espontânea sem fertilização por espermatozóides.

Este fenómeno parece algo muito estranho, mas é uma forma de reprodução relativamente comum na natureza, sobretudo em insectos, como formigas e abelhas. Mas é possível induzir a partenogénese de forma artificial em quase todos os grupos de animais, embora possa resultar num desenvolvimento incompleto ou anormal. Em 1936, Gregory Pincus (um dos cientistas envolvidos no desenvolvimento de contraceptivos orais) conseguiu que ovócitos de coelho se começassem a desenvolver como se tivessem sido fertilizados, submetendo-os a mudanças de temperatura e agentes químicos.

Uma forma de contornar os problemas éticos
Mas qual é o interesse destas experiências? "Gostaríamos de usar estes ovócitos como uma base para a clonagem terapêutica, se conseguirmos reproduzir estes resultados com células estaminais embrionárias humanas", explica Hans Schöler.

A equipa de Schöler não é a única interessada nesta possível via de contornar as objecções éticas à criação de embriões. Ainda esta semana a revista de divulgação britânica "New Scientist" noticiava que a equipa de David Wininger, da empresa de biotecnologia norte-americana Stemron, tinha conseguido obter estruturas semelhantes a embriões utilizando células estaminais embrionárias humanas. Só que esta equipa publicou os seus resultados na revista "Stem Cells", que não tem a mesma visibilidade que a "Science".

Outras empresas, como a Advanced Cell Technology, também já enveredaram por experiências em torno da partenogénese, apostando em que estas estruturas semelhantes a embriões não poderão ser encaradas da mesma forma que embriões normais, produzidos através da fertilização de um ovócito por um espermatozóide. Assim, esperam eliminar as objecções éticas à investigação com embriões.

É nesse sentido que aponta a equipa de Hans Schöler e o comunicado de imprensa da Universidade da Pensilvânia sublinha-o bem: "O desenvolvimento de ovócitos 'in-vitro' pode ser uma nova forma de produzir células estaminais artificialmente, contornando as preocupações éticas articuladas pelo Presidente Bush e por outras pessoas", pode ler-se no documento.

Quinta Dec 01, 2005 11:55 / netxplica.com

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