Testes Gen�ticos a Todos Os Beb�s e Criar Base de Dados

12.� Ano BIOLOGIA - II. Patrim�nio Gen�tico

Reino Unido Quer Fazer Testes Gen�ticos a Todos Os Beb�s e Criar Base de Dados Nacional
Sofia Lopes
27-06-2003

Fazer an�lises gen�ticas a todos os beb�s logo � nascen�a e criar uma base de dados com as informa��es gen�ticas de toda a popula��o, para que se saiba logo se as pessoas t�m tend�ncia para alguma doen�a gen�tica, � uma das medidas propostas pelo Governo brit�nico no Livro Branco, sobre o papel que a gen�tica pode ter no servi�o nacional de sa�de brit�nico.

O plano do Executivo de Tony Blair, intitulado "A nossa heran�a, o nosso futuro", prev� uma verba de cerca de 72 milh�es de euros, para ser aplicada at� 2006, com vista a preparar o sistema p�blico de sa�de para o uso da gen�tica. O ministro da Sa�de, John Reid, pretende que o Reino Unido esteja na linha da frente do mundo na investiga��o gen�tica.

A aposta na investiga��o sobre medicamentos e sobre outras formas de tratamento de doen�as gen�ticas, como a fibrose qu�stica (doen�a cr�nica que causa problemas pulmonares e digestivos, entre outros), � uma das medidas propostas.

A terapia gen�tica � uma das alternativas apresentadas. Trata-se de introduzir nas c�lulas dos pacientes c�pias saud�veis dos genes que, quando sofrem determinadas muta��es, provocam doen�as.
Mais de um ter�o do or�amento previsto est� destinado a apetrechar os laborat�rios com melhores instrumentos de diagn�stico e a prepar�-los para a realiza��o futura de testes gen�ticos, tornando esta pr�tica comum no sistema nacional de sa�de. Estes testes podem ser decisivos para detectar e tratar o quanto antes doen�as como a distrofia muscular, hemofilia, s�ndrome de Down e Alzheimer. Actualmente, o teste mais vulgarizado � o usado para avaliar o risco de cancro da mama.

O Governo brit�nico pretende ainda desenvolver os servi�os nos centros de sa�de e hospitais e formar novos especialistas em gen�tica, para aconselhamento das fam�lias em que sejam diagnosticadas doen�as gen�ticas.
O banco de dados � a medida mais pol�mica. Por enquanto, o plano do governo passa apenas por pedir � Comiss�o de Gen�tica Humana que considere a possibilidade da sua cria��o.

As vantagens podem-se perceber com a hist�ria de qualquer pessoa que, por saber que tem antecedentes na fam�lia com, por exemplo, cancro, fica alertada e sabe que deve ser seguida, de forma regular, pelo m�dico. O banco de dados permite comparar o patrim�nio gen�tico dessa pessoa com o dos seus familiares e detectar muta��es que podem favorecer o surgimento da doen�a.
Claro que a maioria das doen�as n�o s�o causadas apenas por um gene, por isso esta base de dados n�o seria assim t�o determinante. Mas h� cerca de 10.000 desordens rara provocadas por muta��es de um �nico gene, que afectam cinco por cento da popula��o. Actualmente fazem-se testes gen�ticos para apenas 200 dessas desordens.

O Governo de Tony Blair deseja contornar os gastos do servi�o nacional de sa�de e da seguran�a social investindo na preven��o.
Mas as principais cr�ticas ao projecto referem-se � aus�ncia de qualquer proposta que proteja os cidad�os de serem discriminados no trabalho e pelas empresas seguradoras. "Se n�o tomarmos as precau��es necess�rias agora, enfrentaremos um futuro assustador de discrimina��o gen�tica", afirmou o grupo Genewatch, que tem como objectivo assegurar que o desenvolvimento tecnol�gico seja usado em fun��o do interesse p�blico, citado pelo jornal "The Guardian".
As seguradoras presentes no mercado brit�nico assinaram um acordo sobre a n�o utiliza��o dos dados gen�ticos dos clientes mas o receio mant�m-se. Apesar de tudo, John Reid quis deixar claro que � ilegal a realiza��o de an�lises de ADN sem a permiss�o das pessoas. A �nica excep��o � no caso da informa��o servir para o tratamento m�dico ou ajudar � investiga��o criminal. A Comiss�o de Gen�tica Humana do Reino Unido recebeu com agrado esta posi��o.

"A gen�tica promete uma aproxima��o mais personalizada aos cuidados de sa�de, intervindo de acordo com o perfil gen�tico de cada pessoa", afirmou John Reid ao "The Guardian".
O ministro da Sa�de acha que os benef�cios desta revolu��o na �rea da gen�tica v�o depender da confian�a do p�blico no projecto. Mas n�o nega os riscos: "Reconhecemos que o desenvolvimento na gen�tica coloca novos desafios sociais e �ticos. Precisamos de estar em alerta para as potenciais consequ�ncias adversas". O primeiro-ministro Tony Blair tamb�m se mostra cauteloso: "V�o ser levantadas uma s�rie de quest�es �ticas. H� grandes oportunidades mas tamb�m alguns riscos.".

Quinta Dec 01, 2005 11:51 / netxplica.com

UNESCO Quer Vetar Acesso a Bases de Dados Gen�ticos

Ana Carreira
27-06-2003

A UNESCO prop�s aos governos a assinatura de uma declara��o internacional sobre o acesso �s bases de dados gen�ticos dos indiv�duos. O objectivo � impedir que as caracter�sticas �nicas e irrepet�veis do ADN de cada pessoa n�o sejam dadas a conhecer a terceiros, em particular a empregadores e companhias de seguros.
A declara��o, que pode vir a ser ratificada em Outubro, pretende evitar o uso discriminat�rio dos genes que predisp�em o indiv�duo a este ou �quele tipo de doen�a, e faz uma chamada de aten��o para outros genes mais delicados, relacionados com a intelig�ncia, a agressividade e as tend�ncias depressivas.

A UNESCO remete a sua aten��o para um problema grave que preocupa, h� muito, cientistas, especialistas em �tica e juristas: a possibilidade dos empregadores, quer estatais quer de empresas, bem como as companhias de seguros, de acederem a dados gen�ticos dos cidad�os - obtidos geralmente para fins m�dicos - e tomarem decis�es sobre contratos, promo��es, despedimentos e ap�lices de seguro.
"Os dados gen�ticos humanos n�o poder�o ser utilizados com prop�sitos discriminat�rios, nem de forma a provocar a estigmatiza��o de uma pessoa, uma fam�lia ou um grupo", estabelece a declara��o, redigida pelo comit� internacional de bio�tica da UNESCO.

Esta organiza��o das Na��es Unidas exige que os dados gen�ticos reconhecidos como sendo para fins m�dicos ou cient�ficos n�o dever�o ser utilizados para outros fins, a n�o ser com o consentimento ou autoriza��o da pessoa. O apelo expressamente feito aos governos de cada pa�s est� no artigo 23� da declara��o:
"Os Estados dever�o adoptar as disposi��es indispens�veis, tanto de car�cter legislativo como administrativo, ou de outra �ndole, para p�r em vigor, mediante as devidas leis, os princ�pios enunciados nesta declara��o."

Para dar um exemplo a UNESCO cita o caso de uma cidad� norte-americana que foi despedida, quando a direc��o da empresa teve conhecimento de que os seus testes gen�ticos revelaram que ela iria padecer de um mal gen�tico incur�vel - a doen�a de Huntington. Normalmente, surge entre os 45 ou 50 anos de idade, e conduz � dem�ncia e � morte. � a �nica doen�a em que um teste gen�tico permite determinar com certeza em que idade vai declarar-se.

Quinta Dec 01, 2005 11:52 / netxplica.com

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