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Ética - Reprodução medicamente assistida


12.º Ano BIOLOGIA - I. Manipulação da Fertilidade

Nas Actuais Condições, Não É Possível o Consenso - Entrevista a Mário Sousa
Andrea Cunha Freitas
Público, 04-05-2004



Os membros Conselho Nacional de Ética e Ciências para a Vida não tem competência para se pronunciar sobre a reprodução medicamente assistida. No actual cenário nacional, o consenso não é possível. Qualquer lei sobre a reprodução seria inadequada. O ideal era a criação de uma alta autoridade com "mão de ferro". Mário de Sousa investiga uma área que chama semiclonagem. E considera que é inevitável a criação de uma rede nacional de células estaminais, que aliás já estará em formação.

PÚBLICO - Como encara a possibilidade de legislar a reprodução medicamente assistida?
MÁRIO DE SOUSA - A primeira coisa que temos de dizer é que Portugal reconhece, segundo a OMS, que a infertilidade é uma doença. Depois, todo o doente tem o direito ao melhor tratamento possível sem qualquer discriminação do foro de crença, cor, raça, opção cultural. Isto implica que, se tens a infelicidade de perder um útero porque tens um cancro, possas trazer a tua irmã, a tua mãe ou a tua prima para te emprestar o útero, porque tens direito a ter um bebé com o teu marido. Se não tiver espermatozóides, tenho o direito de recorrer ao sémen de um dador.
P - Qual é a sua proposta de lei?
R - Não proponho lei. A lei não deve escrever sobre aspectos estritamente técnicos da prática médica. Se não, está sempre a ser ultrapassada pela técnica. A lei deve ser genérica em termos de actividade médica. E isso já está legislado. Temos de ter uma alta autoridade na área da Medicina Reprodutiva e Embriologia Humana, tal como acontece em França, na Holanda, na Bélgica, na Inglaterra ou em Espanha, que seja constitutída em 45 por cento por cientistas da área, com publicações internacionais para assistirem naquilo que são os direitos das pessoas ao melhor tratamento.
P - Mas não seria preferível uma lei imperfeita ao vazio legal?
R - Nem uma coisa nem outra. Quem diz isso não sabe o que está a dizer. Os países que trabalham a sério nisto têm uma alta autoridade com membros da área da medicina de reprodução.
P - No conselho de ética...
R - Não há nenhum.
P - Existem médicos, biólogos, filósofos...
R - Pode haver de tudo. O problema é que 45 por cento tem de ser pessoas como eu. Não há volta a dar. Sem falsas vaidades, neste país ninguém pode escrever seja o que for sem consultar o membro da sua comunidade que mais publica na área, internacionalmente, e por isso é respeitado e reconhecido. E essa pessoa sou eu. Não tenho culpa.
P - Como justifica as posições que o conselho está a tomar?
R - Isto é uma hipocrisia muito grande e muito perigosa. Ao sugerir a proibição de determinados tipos de tratamento, baseando-se numa ética que tem por trás uma crença religiosa única, e ao querer estendê-la a toda a população, ultrapassando o dever ético dos médicos, que é curar doenças com o mínimo de custos para os doentes, ou neste caso, casais, isto tem um alcance... Na prática, está-se a favorecer os ricos, nomeadamente algumas clínicas privadas que vivem da exploração dos doentes. Que são uma minoria e são as pessoas responsáveis por estes textos. Mas, na realidade, o que vai acontecer é que se vai massacrar os casais.
P - Estamos a falar da limitação do número de embriões que podem ser implantados...
R - Por exemplo. E do diagnóstico genético pré-implantação. As pessoas que são mais corruptas na parte clínica, pelas queixas que os doentes me fazem, são as pessoas que mais têm lutado por estes pareceres que se fazem.
P - É possível um consenso?
R - Não. Não aceito que ultrapassem a pessoa número um em termos científicos da área em Portugal. Que sou eu.
P - Depois de um primeiro veto, qual é o papel que espera do Presidente da República, quando houver lei?
R - Outro veto. Se isto fosse para a frente, Jorge Sampaio estaria do nosso lado. E, entretanto, acho que os doentes vão deixar de ser tão passivos em Portugal. Esses é que são os "lobbies" correctos. Quem deve tomar uma posição são as associações de doenças, todas as relacionadas com o diagnóstico genético. E, em relação às células estaminais, todas as associações de doentes, diabéticos, parkinsónicos, alzheirmers... toda a gente que precisa de um transplante. Que se mexam.

Quinta Dec 01, 2005 11:22 / netxplica.com

O Consenso É Possível - Entrevista a Walter Oswald
Andrea Cunha Freitas
Público, 04-05-2004



É legítimo que o Conselho Nacional de Ética e Ciências para a Vida influencie as decisões. Os consensos podem ser provisórios, mas são possíveis. Na área da reprodução medicamente assistida, é preferível uma lei imperfeita do que o vazio legal. E é o poder político que está a atrasar a legislação. Walter Oswald, licenciado e doutorado em Medicina pela Universidade do Porto, é contra qualquer tipo de clonagem. Quer terapêutica, quer reprodutiva. E considera que é demasiado cedo para falar em células estaminais. Oswald justifica todas as opiniões numa "posição de respeito pela dignidade e autonomia das pessoas".

PÚBLICO - Qual deve ser o papel do Conselho Nacional de Ética e Ciências para a Vida?
WALTER OSWALD - O conselho emite pareceres consultivos. Não tem poder vinculativo. É legítimo que tenha o poder de influir porque é constituído por pessoas competentes, não é um corpo homogéneo nem corporativo. Integra biólogos, médicos, juristas e filósofos. São 21 membros nomeados, mas que não representam instituições. Na tomada de posse dos actuais membros do conselho, o primeiro-ministro, Durão Barroso, frisou a importância de encontrar o equilíbrio entre os que tudo querem permitir e os que tudo querem proibir.
P - Acha que isso é possível?
R -Todos os equilíbrios e consensos exigem esforço, honestidade intelectual e aprofundamento das questões. Desde que não se tome atitudes panfletárias, partidárias, intolerantes e desde que se justifiquem os argumentos. O mal é quando se põem as coisas no sentido eu sou a favor ou eu sou contra. Isso deve ser uma conclusão; primeiro devia haver um esforço de análise, de confronto dos argumentos.
P - E ainda não houve tempo para isso em Portugal?
R - Isso nunca está feito. É um trabalho permanente. E os consensos obtidos também são mais ou menos provisórios. O que, nesta altura, é mais ou menos consensual, daqui a cinco ou seis anos pode não o ser.
P - Mas é preciso tomar uma decisão...
R - Em relação à procriação medicamente assistida, o conselho insistiu em todos os relatórios anuais - eu tive a honra de ser o seu autor - que era absolutamente indispensável que houvesse uma lei. E continuo a pensar que é preferível ter uma lei imperfeita do que ter uma ausência de lei nesta matéria.
P - Como se pode justificar então esta espera?
R - É o poder político. O que é que o poder político ganha com a aprovação? Uma lei que, de ponto de vista de popularidade e de votos, não tem grande reflexo. A urgência é no plano ético e moral e não no político.
P - Enquanto isso, a investigação faz-se no vazio legal...
R - Não apenas a investigação, mas a prática e a indústria. Felizmente, até agora, os centros que praticam procriação assistida têm sido maioritariamente dominados por personalidades universitárias com uma preparação deontológica de elevado nível. É isso que tem evitado que se pratiquem enormidades, mas a ausência de lei permitiria até fazer uma quimera. Quando não há legislação, não há crime. Mas a fronteira é ténue. Não é segura. Amanhã podem-se instalar aqui outras pessoas a explorar essa indústria que não tenham esses princípios.
P - É possível invocar o progresso da ciência para justificar essa violação de princípios?
R - Não. Aquilo que os médicos fazem é tratar. E não responder a caprichos injustificáveis.
P - E quando pretendem responder a necessidades terapêuticas?
R - A procriação assistida tem a sua legitimidade e o fundamento, no sentido em que há pessoas que são estéreis e para quem a esterilidade representa uma doença. Mas desde que seja para escolher o sexo ou determinadas características genéticas, está-se a ir contra isso porque essas pessoas não são estéreis.
P - Parece simples. Porque está a ser tão complicado legislar?
R - Estamos mais perto do consenso do que se poderia pensar. Os aspectos mais polémicos são o uso de gâmetas isolados, espermatozóides e ovócitos, e a procriação heteróloga. Mas julgo que não vai haver grandes revoltas. Tenho confiança.


"Tem-se Tomado a Nuvem por Juno"

Destaque: "As expectativas [sobre a clonagem terapêutica] são exageradas"
A possibilidade de tratar pessoas doentes com células estaminais não deve sobrepor-se ao direito à vida do embrião, diz Walter Oswald.
P - A clonagem reprodutiva poderá vir a transformar-se apenas em mais uma técnica de reprodução assistida?
R - Há muitas expectativas à volta da clonagem. A comunicação social ajudou ao espectáculo, mas os cientistas também foram imprudentes. Caíram na miragem de que tinham algo de novo e sensacional... E muitos têm uma grande apetência por protagonismo.
P - Acredita que já existam clones humanos?
R - Não. As fontes dessa informação são vigaristas científicos. Além disso, os resultados nas experiências animais têm sido de tal maneira desastrosos que seria totalmente irresponsável fazer uma tentativa na espécie humana.
P - E a clonagem para fins terapêuticos ou a investigação em células estaminais?
R - As expectativas são exageradas. Tem-se tomado a nuvem por Juno. Ao dizer-se que as células estaminais abrem novas perspectivas para o tratamento da doença de Alzheimer, diabetes, cancro... são possibilidades, não são disparates ou fantasias, mas estão longíssimo da realidade. Por outro lado, temos de perceber se a clonagem leva, de facto, à criação de um embrião. Há quem defenda que, dada a artificialidade do processo, não se trata de um embrião, porque este resulta da conjugação de um óvulo com um espermatozóide. E neste caso não há espermatozóide. Não é a minha opinião.
P - Não?...
R - Considero que é um embrião. Se não fosse, não seria capaz de se desenvolver. Não podemos excluir o facto de que, se o colocarmos num útero, ele vai dar um indivíduo da mesma espécie - o tal clone. O que dá dignidade humana a um embrião é a sua potencialidade de dar um feto, uma criança, um ser adulto.
P - Essa potencialidade justifica o abdicar da clonagem terapêutica?
R - No meu entender, sim. Quem não entender assim tem de tomar sobre si a responsabilidade de pensar que é preferível o bem de tratar uma doença ao inconveniente de eliminar uma vida.

Quinta Dec 01, 2005 11:23 / netxplica.com

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