Poluição pode comprometer crescimento da China

12.º Ano BIOLOGIA - V. Preservar e Recuperar o Meio Ambiente

Ministro chinês reconhece que poluição pode comprometer crescimento do país
28.02.2011 - PÚBLICO.PT | Agências


O ministro chinês do Ambiente, Zhou Shengxian, reconheceu, numa rara admissão vinda de um membro do Governo, que a poluição crescente e o galopante consumo de recursos do pais pode comprometer seriamente o seu crescimento económico.

“Nos milhares de anos da civilização chinesa, o conflito entre a humanidade e a natureza nunca foi tão sério como hoje”, disse Zhou Shengxian, num artigo publicado hoje no jornal oficial do seu ministério.

“O empobrecimento, deterioração e exaustão dos recursos e a degradação do ambiente tornaram-se sérios constrangimentos ao desenvolvimento económico e social”, referiu Zhou.

O ministro disse ainda que se a atitude perante os problemas for “dormente e apática”, sem esforços acrescidos, “certamente haverá um doloroso preço a pagar, e mesmo perdas irrecuperáveis”.

As palavras do ministro do Ambiente não revelam nada de novo sobre a encruzilhada ambiental em que a China se encontra, mas revelam uma atitude pouco usual de um membro do Governo nesta matéria. Zhou Shengxian quer, ainda, que o seu ministério tenha mais responsabilidades na monitorização das emissões de gases com efeito de estufa, que hoje cabe a uma comissão nacional que ao mesmo tempo zela pelo crescimento industrial.

Segundo Yang Ailun, dirigente da delegação chinesa da organização ambientalista Greepneace, Zhou Shengxian está a tentar, através de um alerta público para a dimensão do problema, obter “mais garras para o seu ministério”, num momento crítico para decisões políticas.

A China já é o maior emissor mundial de dióxido de carbono proveniente da queima de combustíveis fósseis. O consumo de energia no país continua a subir em flecha. Um estudo da Academia Chinesa de Ciências indica que uma duplicação da economia entre 2000 e 2020 obrigará a um aumento de 4 a 5 vezes na eficiência energética, de modo a manter as mesma condições ambientais.

No domingo passado, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, manifestou a intenção de reduzir a intensidade carbónica do país – ou seja, as emissões de CO2 por unidade de riqueza produzida – em 16 a 17 por cento nos próximos quatro anos.

O Governo já tinha anunciado planos para reduzir em 40 a 45 por cento a intensidade carbónica até 2020, em relação aos níveis de 2005.

Segunda Feb 28, 2011 18:54 / netxplica.com

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