Uso humano de c�lulas estaminais de embri�o

11.� Ano BIOLOGIA - VI. Crescimento e Renova��o Celular

Uso humano de c�lulas estaminais de embri�o
12.10.2010 - DN.PT | FILOMENA NAVES

Doente com les�o grave da espinal-medula recebe terapia experimental. Para j�, o objectivo � testar seguran�a do tratamento.

Um doente com uma les�o na espinal-medula, que se encontra num centro hospitalar especializado nesta �rea, em Atlanta, nos Estados Unidos, � o primeiro a receber um tratamento experimental com c�lulas estaminais embrion�rias humanas. Estas c�lulas s�o as que d�o origem a todas as outras dos v�rios tecidos do corpo humano.

O doente faz parte de um grupo que vai participar numa terapia experimental e sofreu a les�o h� menos de 14 dias, o que � uma das condi��es para integrar o programa. O in�cio do ensaio cl�nico, o primeiro tanto quanto se sabe que utiliza esta terap�utica t�o promissora quanto pol�mica, foi ontem divulgado pela empresa de biotecnologia Geron Corporation, que obteve, em Janeiro de 2009, luz verde para isso da FDA, a autoridade dos Estados Unidos para os medicamentos.

O objectivo deste ensaio cl�nico � verificar se a terapia � segura e avaliar a toler�ncia a estas c�lulas, derivadas das c�lulas embrion�rias, que foram desenvolvidas pela Geron e designadas GRNOPC1.

Os participantes, que dever�o ter sofrido as les�es nos 14 dias anteriores ao tratamento, e t�m paralisia completa, s�o injectados com a GRNOPC1. A ideia � perceber se estas c�lulas poder�o regenerar os tecidos danificados na espinal-medula, permitindo � pessoa recuperar a sensibilidade e a mobilidade, e se isso n�o tem quaisquer efeitos negativos.

Ensaios anteriores realizados pela Geron em ratinhos mostraram que os animais, que tinham les�es na espinal-medula, recuperaram a locomo��o, explica a empresa num comunicado, no seu site. Na observa��o ao microsc�pio, os investigadores da Geron verificaram que tinha havido "um crescimento de c�lulas nervosas na zona da les�o", nesses ratinhos, ap�s o tratamento com as c�lulas GRNOPC1.

"O in�cio desta etapa � importante para as terapias humanas baseadas em c�lulas embrion�rias humanas", afirmou o respons�vel da Geron, Thomas Okarma, lembrando que h� dez anos "se previa que a aprova��o de ensaios deste tipo levaria dec�nios".

C�lulas embrion�rias podem ser chave para muitas doen�as

S� as c�lulas estaminais embrion�rias podem transformar-se em qualquer outra das que constituem os tecidos humanos. Da� o seu potencial para futuros tratamentos das les�es da espinal--medula e de outras doen�as hoje incur�veis, como a de Parkinson, ou a diabetes.

Neste primeiro ensaio cl�nico, as c�lulas prov�m de embri�es excedent�rios de tratamentos de fertilidade, segundo o El Mundo.

A quest�o foi pol�mica nos EUA e dada a oposi��o de grupos religiosos e conservadores, Bush congelou os fundos p�blicos para estas investiga��es em 2001. Obama levantou as restri��es em 2009.

Em Portugal os embri�es excedent�rios de tratamentos de fertilidade podem ser usados para fins cient�ficos mediante autoriza��o expressa do Conselho Nacional de Procria��o Medicamente Assistida.

Terça Oct 12, 2010 14:18 / netxplica.com

"Se n�o for autorizada, investiga��o com c�lulas � crime"
12.10.2010 - DN.PT | PATR�CIA JESUS

Pela primeira vez, um doente est� a receber um tratamento experimental com c�lulas estaminais embrion�rias. Mas continua a existir pol�mica � volta do uso destas c�lulas...

� um tema sens�vel porque h� grupos dentro da comunidade que t�m de ser ouvidos e respeitados, que entendem que a utiliza��o dos embri�es � eticamente e moralmente censur�vel e at� um pecado. H� outra parte que acha que n�o, que � eticamente aceit�vel, e essa � a maioria. Mas a nossa lei define claramente que h� limites e que nem todas as utiliza��es s�o eticamente aceit�veis. Por isso, foi criado o Conselho Nacional de Procria��o Medicamente Assistida, que tem a miss�o de decidir caso a caso.

J� tiveram de se pronunciar quanto ao uso destas c�lulas em investiga��o?

As c�lulas estaminais embrion�rias, de embri�es excedentes de processos de fertiliza��o in vitro, s� podem ser utilizadas em investiga��o, em Portugal, se o projecto for aprovado pelo conselho. Se n�o tiver sido autorizado, as pessoas envolvidas est�o a cometer um crime. E at� agora n�o h� nenhum projecto aprovado - por isso, n�o h� investiga��o com c�lulas estaminais embrion�rias em Portugal. S� foi apresentado um e foram pedidos mais dados. � preciso salientar que a lei n�o se aplica �s c�lulas do cord�o umbilical.

Mas esta �rea � uma das grandes esperan�as da medicina para tratar certas doen�as.

Sim, e um dos crit�rios para aprovarmos um projecto � que exista uma expectativa razo�vel que da concretiza��o daquela investiga��o derive um ganho para a humanidade. N�o vamos admitir experi�ncias se este elemento n�o estiver garantido.

A investiga��o est� a evoluir muito rapidamente. Como � que a lei pode adaptar-se?

� verdade. � o legislador, representante eleito do povo, que tem de decidir e decidiu atribuir essa responsabilidade ao conselho. Por isso, em primeira linha, a responsabilidade � nossa. Temos demonstrado que somos pessoas cautelosas e s�rias, e quando algum projecto aparecer decidiremos com cautela e seriedade.

Acha que esse debate j� foi feito pela sociedade em Portugal?

De todo. � uma discuss�o em que as quest�es t�cnicas t�m grande peso mas que n�o se pode deixar para m�dicos e t�cnicos. Tudo o que tem a ver com a vida, do in�cio ao fim, � uma quest�o moral, �tica e ideol�gica. Em �ltima an�lise, � a comunidade que tem de decidir. O C�digo Civil diz que s� se adquire personalidade jur�dica, a condi��o de pessoa, com o nascimento com vida, e a maioria da sociedade aceita isto como v�lido. E quem n�o aceita tem de respeitar a lei.

Terça Oct 12, 2010 14:20 / netxplica.com

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